segunda-feira, 31 de outubro de 2011

VA - Ahk-toong Bay-bi Covered (2011)

AHK-toong BAY-bi Covered, denominado (Ǎhk-to͝ong Bay-bi) Covered, é um álbum tributo gravado por vários artistas e lançado no último dia 25 de outubro de 2011.

O aguardado álbum conta com versões cover das 12 músicas do álbum de 1991, Achtung Baby, da banda de rock irlandesa U2.

A revista Q encomendou o álbum para comemorar o 20° aniversário de lançamento original de Achtung Baby e o 25° aniversário da própria revista. Ele foi incluído em um CD na edição da revista Q no mês de novembro de 2011.

O editor-chefe da revista disse: "Esta é uma maneira inteiramente apropriada para marcar o aniversário da revista Q e de Achtung Baby, um dos álbuns fundamentais em nossa vida".

Vai o faixa-a faixa surrupiado do blog Registro Dissonante e cujos comentários eu assinaria embaixo.


1 - Nine Inch Nails – Zoo Station
Trent Reznor desperdiça uma grande oportunidade de surpreender com sua barulheira eletrônica. Pelo contrário, o NIN tirou toda a força da original e criou uma versão light pra tocar em elevador. Que vergonha.

2 - U2 (Jacques Lu Cont Mix) – Even Better Than The Real Thing
Remix ok com cara de lado B e nem é a versão legal que eles usaram para abrir a 360º Tour.

3 - Damien Rice – One
Até o finado Johnny Cash já regravou essa música... você não esperava mesmo que o Damien Rice com seu banquinho e seu violão conseguisse surpreender, não é mesmo?

4 - Patti Smith – Until The End Of The World
Mais uma versão que reduz a velocidade da original. Neste caso, a opção orna com a interpretação da grande Patti Smith, cantando como quem perdeu a batalha pra vida.

5 - Garbage – Who’s Gonna Ride Your Wild Horses
Eu ia reclamar da falta de ânimo da Shirley Manson, mas depois do Snow Patrol eu resolvi rever meus conceitos. Até que essa versão do sumido Garbage ficou bacana.

6 - Depeche Mode – So Cruel
Um caso de identificação imediata: parece que a música foi feita para o Depeche Mode. A balada mais triste do disco ganha ruídos eletrônicos sem perder o espírito angustiado. Tudo aquilo que a gente esperava do NIN.

7 - Gavin Friday – The Fly
Mesmo caso do NIN. Amigo de longa data do U2, Friday tirou a guitarra poderosa da música e jogou toda sua energia no ralo. Ficou com cara de remix supérfluo de lado B.

8 - Snow Patrol – Mysterious Ways
De longe a pior cover do disco. Essa banda deprimente tirou toda a ginga e a sensualidade da música mais sexy do disco. Não entenderam nada, malditos. Devia existir uma lei pra punir esse tipo de abuso.

9 - The Fray – Trying To Throw Your Arms Around The World
Em time que está ganhando não se mexe. O The Fray respeita o U2 sem reinventar a roda e não compromete.

10 - The Killers – Ultraviolet (Light My Way)
Brandon Flowers se realiza na versão da música que sua banda provavelmente sempre quis compor. O respeito à original atinge o nível da devoção.

11 - Glasvegas – Acrobat
Guitarra de arrepiar os pelos da nuca. Batida de causar abalo sísmico no quarteirão. Vocal de cortar os pulsos. Melhor versão do disco. E eu nem conhecia essa banda.

12 - Jack White – Love Is Blindness
Jack White deixa a interpretação introspectiva do Bono de lado e abusa da gritaria desesperada como se alguém estivesse arrancando seu coração fora. Bom demais.



Tracklist:

1. “Zoo Station” Nine Inch Nails 6:28
2. “Even Better Than the Real Thing” U2 (Jacques Lu Cont Mix) 6:39
3. “One” Damien Rice 5:26
4. “Until the End of the World” Patti Smith 3:36
5. “Who’s Gonna Ride Your Wild Horses” Garbage 5:16
6. “So Cruel” Depeche Mode 6:02
7. “The Fly” Gavin Friday 4:16
8. “Mysterious Ways” Snow Patrol 4:48
9. “Tryin’ to Throw Your Arms Around the World” The Fray 4:33
10. “Ultraviolet (Light My Way)” The Killers 4:53
11. “Acrobat” Glasvegas 4:08
12. “Love Is Blindness” Jack White 3:20



Orbital : Never



Pra quem andava com saudades do Orbital, eis que eles ressurgem com esta pérola intitulada "Never".

E você pode baixá-la aqui

Chromatics - Kill For Love

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Autoramas - Música Crocante (2011)



1. Verdade Absoluta
2. Tudo Bem
3. Verdugo
4. Máquina
5. Abstrai
6. Lugar Errado
7. Domina
8. Superficial
9. Guitarrada II
10. Sem Privilégios
11. Luana Lopez
12. Billy Hates Sayonara (bonus track)
13. Blue Monday (bonus track)



Os Autoramas estão de volta ao que fazem de melhor: RRRocks autorais
Autorâmicos!

Desde que liguei a TV em um fim de tarde nos meados de 2000 e ouvi o Gabriel
Thomaz ensinando com veemência “fale mal de mim”! aprendi que ali estava uma
banda que por muitas e muitas vezes voltaria a me chamar a atenção e da qual
falaria ainda muito, e bem.

“Você sabe”, “ A 300km ”, “ Mundo Moderno”, “ Hotel Cervantes” e outras canções
foram me aproximando cada vez mais do som deles, até que um dia, por conta de
caminhos que se cruzam no destino, acabei por fazer parte da festa no CD e DVD
ao vivo "Desplugado". Quando toquei piano e acordeom com a banda.

O novo petardo dos Autoramas – Música crocante – realmente já faz “krak” logo na
primeira mordida.
A usina de ideias e riffs que continua sem nenhum medo de acender a luz no meio
do silêncio da madrugada e botar os amplificadores no dez para embalar a
vizinhança está ligada e em 220.
Em tempos em que garotos e meninas se levam tão a sério a ponto de produzirem
música adulto contemporânea aos dezenove anos, o Autoramas se torna
fundamental para lembrar que o rock’n’roll é diversão sem querer saber como vai
ser a manhã seguinte ou como vamos para casa no final da festa.

O CD já começa com uma guitarra ventilada (um efeito de chegada e tanto) gritando na sua cara a “Verdade absoluta”. “Muito além do seu direito de sofrer e
do dever de ser feliz....” Gabriel já indica que vai mexer com os brios dos famosos
donos... dela...da verdade em seu rock urgente de abertura. Ele corre para o
campo de batalha sob a cobertura infalível do baixo da Flavinha – Flávia Couri –
Que está dando o ar de sua graça literalmente literal nesse novo trabalho. Tanto no
quesito base matadora – todos vão notar que seu instrumento ganha e traz uma
nova importância no atual som da banda – como em composições também. É sua a
“Lugar errado”, uma das melhores do disco “Cuidado com a direção meu bem, ou
vai dar no lugar errado” ela canta. Alerta vermelho!!
E ainda contribui com a canção “ Superficial” “ Sorrindo e mentindo”. A tensão sexy
do disco está personalizada.

Bacalhau sempre será um dos bateristas que melhor transita nesse universo
Surfmusic-TedBoy que as bases constroem e conduzem. Suas levadas e viradas
têm assinatura. Aqui em nossa terra Brasilis é muito difícil errar quando a pergunta
aparece “Essa bateria.... é o Bacalhau do Autoramas tocando.. não é?” Sim é o
cara!

Em “ Abstrai” Gabriel Thomaz abusa, sendo tão simples e direto como em suas
melhores, e aqui está mais uma delas. Essa canção na qual me orgulho de ter
tocado órgão (assim como na abertura “Verdade absoluta”) é uma daquelas
músicas que você vai querer ouvir duas vezes antes de continuar com a audição do
CD. O riff de órgão foi criado por ele e aprendido por mim e devo dizer que agora
que está na faixa ele tem a função de te puxar para um canto e dizer: Vem cá, vem
ouvir isso aqui – “Então desencana, não generaliza, isso não vale a pena, não deixa
isso te abalar..//. põe uma pedra em cima disso aí e vai!”
Gabriel te aconselha em seguida. Definitivamente uma de minhas favoritas.

Ruben Jacobina está presente no álbum com uma declaração de amor ao estilo –
Caí de quatro por ela sim.. porque? vai encarar?- E seu modo de dizer as coisas
que todo mundo quer ouvir, mas que só ele diz (como em seu clássico “Artista é o
caralho”) cria um dos momentos mais confessionais, divertidos e Ted boys do CD.
Você quase consegue ouvir as Scooters Lambrettas e Vespas chegando.

O disco trás duas parcerias além fronteiras e uma homenagem além mar.
Nos últimos anos a banda Autoramas tem feito turnês internacionais muito bem
sucedidas tanto na América Latina como na Europa e no Japão. Gabriel compôs
com o jornalista radialista argentino Maxi Martina - que além de tudo é confesso fã
da banda - um rock visceral que faz sua guitarra passear cheia de “tremolos” e que
traz o pedal de distorção para o baixo de Flavinha. Todos encabeçados por uma
batida disco de Bacalhau. “ Com las uñas acariciando autos, me pido piedad sin
hablar”
Em meu Portunhol impecável posso garantir que em “Verdugo” El circo pega fuego!

Com The Supersónicos, uma das maiores bandas de rock do Uruguai compôs a
claustrofóbica “Máquina” onde Bacalhau faz o motor da mesma, e com brilho.
Em homenagem ao amigo Billy, baixista da banda japonesa Guitar Wolf, morto em
2005 nasce Billy hates Sayonara. Segundo Gabriel, o que Billy realmente detestava
eram os momentos de despedida. Então esse petardo que vem de bônus track no
disco funciona para garantir que Billy esteja sempre por aí e para que não precise
mais dizer adeus.

As faixas instrumentais dos Autoramas sempre marcaram presença para deixar a
veia surfmusic da banda correr mais solta e nesse disco não é diferente. Pela
segunda vez na carreira eles..e ela se entregam à surf music da Pororoca: a
Guitarrada. Aqui, em “Guitarrada II” o estado do Pará foi tomado de assalto
novamente por Thomaz , Bacalhau e Flávia.

O disco encerra oficialmente com a banda mandando um surf beijo instrumental
chamado Luana López. Gabriel me disse que esse era o nome artístico escolhido
por sua avó Lúcia de oitenta anos que em sua juventude sonhou ser uma estrela e
que por conta de valores morais daquele tempo não conseguiu levar seus intentos a
diante. As ondas batem suave nessa homenagem que faz a gente querer ir para o
por de sol mais próximo.

Mas só que extra oficialmente o CD termina mesmo com o único cover da
noite....senhoras e senhores : A mais destruidora linha de baixo da música pop
inglesa aqui totalmente “Autoramizada” – Blue Monday – New Order . Nem há nada
mais a ser dito, esse CD é um presente, um super presente !!! Divirta-se como eu
estou me divertindo agora!

Humberto Barros (release oficial)



Autoramas - Música Crocante by musicacrocante

Ouça aqui.